Queridos amigos leitores,
Este deveria ser um post de início de ano. Todavia, depois de tantos anos de trabalho continuado no teatro, impossível dizer que estamos "começando" qualquer coisa. Muito simbolicamente, neste ano de 2013, em que completamos 10 anos de trajetória, podemos falar em um REcomeço.
Poder olhar para trás e enxergar tudo o que construímos, criamos, rimos, choramos, brincamos, festejamos, desconstruímos, desestruturamos, ressignificamos, é um privilégio e é inspirador.
Nesta década que se completa, crescemos indizivelmente, como artistas e como pessoas. Descobrimos nossa identidade poética, nossa ética coletiva e individual, nossas semelhanças e nossas diferenças.
Trabalhamos com muitos parceiros ao longo do caminho. Pessoas que nos ensinaram muito, e com as quais nos sentimos honrados de dizer que pudemos compartilhar generosamente espaços e saberes em processos, ensaios, aulas, palcos. Vivências que sempre deixam saudades. Aos que passaram, nosso imenso muito obrigado.
Aprendemos com a vida, com as situações que se apresentaram, com as pessoas que foram e vieram, com as que (por que não?) ainda virão e com o constante desafio de continuar fazendo teatro nesta Porto Alegre, que é preciso força, coragem, dignidade, ímpeto, ousadia e sobretudo uma tranquilidade e um amor pelo ofício do tamanho do mundo para, após 10 anos passados, permanecer com o fogo do desejo aceso e poder dizer dele que é inabalável.
Hoje, somos plenamente felizes com a escolha feita. Felicidade esta que não é empolgação, que não é paixão e nem fogo de palha, como diria a bisavó de todo mundo (risos). Somos artistas que sabemos que estamos fazendo a diferença na história do teatro gaúcho, e isso é o tipo da coisa que só o fato de saber já dá uma felicidade mansa e gostosa no fundo do peito, que faz o rosto esboçar um sorriso que não chega a ser rasgado, mas que vem junto com um olhar profundo e penetrante. Somos artistas que podemos encostar a cabeça no travesseiro à noite e saber que fizemos da melhor forma que existe o que há de melhor a ser feito pela existência: vivemos uma jornada plena, na vida e no ofício da arte. Transformamos a nós e a todos aqueles que tomam contato com nossa obra, seja através dos espetáculos profissionais que nosso grupo cria e produz, seja através das atividades da Escola de Teatro que nosso grupo mantém, a Escola de Teatro do Grupo Neelic.
Queremos então usar este espaço para homenagear a todos que de alguma forma colaboraram para que nós aqui chegássemos: Evoé, Dionísio, deus que nos inspira todo este tempo; Evoé aos parceiros dos espetáculos que já criamos, Clitemnestra (2007), O Retrato (2008), Sem Açúcar (2009), A Serpente (2009), Primeiro Amor (2010), A Noiva do Caí (2011), Portas do Invisível (2012), Hallucination (2012). Nosso Evoé especial a Rô Cortinhas, Caco Coelho, Guilherme Sanches, Leonor Melo, Isabel Sommer, Christiano Buys, Guilherme Dal Castel, Carol Zimmer, Roberto Russo, Helimara Medeiros, Ana Mércio, Aninha Feijó. Evoé com ar de novidades às mais recentes parceiras, Márcia Donadel e Luciana Hoppe. Meu Evoé particular aos meus colegas amados (de um amor sem limites) Fabiana Montin, Pablo Corroche, Vanda Bress. Agora um Evoé especialíssimo: pra ti, que acompanha nosso trabalho. Pra todas as plateias de ontem, hoje e sempre, amigos, colegas, ex-colegas, estudantes (de nossa Escola) que foram, estão e virão, leitores e "curtidores" virtuais: EVOÉ, porque estamos SÓ COMEÇANDO!!!
Desirée Pessoa, em nome do Grupo Neelic.