domingo, 10 de abril de 2011

Cinema noir na Sala Redenção

Cinema noir: entre sombras e cinzas
Em abril, a Sala Redenção – Cinema Universitário dedica sua programação ao cinema noir. Os filmes “negros”, como eram chamados pelos críticos, geralmente eram relegados pelos grandes estúdios para as séries B, sendo exibidos na segunda parte das sessões duplas de cinema. Caracterizado pelos filmes de crimes, cenas violentas, homicídios e mulheres fatais, durante muito tempo o cinema noir enfrentou o desdém da indústria estadunidense em função do seu valor comercial. E por que a denominação francesa – film noir – se eram de língua inglesa? Na verdade, o film noir começou a aparecer na crítica francesa no período de pós-guerra mundial, com o fim da ocupação nazista, quando os franceses puderam voltar a assistir em suas telas à produção norte-americana dos últimos anos. Com isso, a nova geração de cinéfilos e críticos (muitos deles ligados ao Cahier du cinéma) dedicou-se a examinar a produção até então desconhecida na França. Dessa forma, o termo noir foi inventado pelos franceses, ávidos pelo cinema e pela cultura inglesa do momento. As influências do noir são várias: no âmbito filosófico, o existencialismo e a psicologia freudiana invadiram não apenas a literatura como também o cinema policial que nela buscava influências; no cinematográfico, claras influências do expressionismo alemão. Sendo um movimento surgido em plena depressão econômica, entre os anos 1930 e 1940, dois de seus grandes temas é o passado sombrio e o pesadelo. Seus personagens geralmente estão em fuga de algum fardo do passado, de um incidente traumático, de algum crime que cometeram em nome de uma paixão ou, simplesmente, de seus próprios demônios. Nesse sentido, a designação noir revela-se muito mais complexa e não só uma simples definição para filmes de crimes e violência como, aliás, compreenderam bem os espectadores mais contemporâneos. Além disso, o cinema noir influenciou gerações de realizadores como Roman Polanski, François Truffaut, Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Lawrence Kasdam, dentre outros. Neste ciclo, a Sala Redenção apresenta, em uma primeira parte, a primeira geração de filmes noir e, em um segundo momento, filmes considerados neonoir justamente pelas influências advindas daquela primeira geração de realizadores. Há ainda uma outra polêmica envolvendo o noir: a de que como gênero ele nunca teria existido e a de que, sendo sua criação uma “criação retrospectiva”, tratar-se-ia, sim, de uma “categoria crítica”. Talvez não haja uma resposta consensual para essa questão. O que importa é que o cinema noir continua atraindo inúmeros seguidores. (Tânia Cardoso de Cardoso, curadora)
O Ciclo Cinema noir: entre sombras e cinzas conta com o apoio do Centro de Entretenimento E o Vídeo Levou.


O Quê: Cinema noir: entre sombras e cinzas
Quando: 01 de abril a 29 de abril
Onde: Sala Redenção – Cinema Universitário (Rua Eng. Luiz Englert, s/n., Campus Central UFRGS
Quanto: Entrada Franca
Coordenação e curadoria da Sala Redenção – Cinema Universitário: Tânia Cardoso de Cardoso
Departamento de Difusão Cultural da UFRGS
tania.cardoso@difusaocultural.ufrgs.br
Fone (51) 3308-3933

PROGRAMAÇÃO:
www.difusaocultural.ufrgs.br